domingo, 10 de maio de 2020

Qual o nosso propósito?


Estive lendo uma crônica sobre propósito da vida. Não pretendo dar uma resposta. Não sei ao certo qual o propósito da minha própria vida! No entanto, não saber qual é não me faz duvidar que existe um propósito que não está sob meu comando. Como eu sei disso? Basta me olhar no espelho, e ver até onde cheguei contra tantas probabilidades.

Quantos planos pessoais a menina de 10 anos tinha, e logo ali aos 12 começaram a desmoronar por causa de uma epilepsia? Quantas coisas se passaram na minha cabeça, quando fiquei lá de expectadora, vendo meus irmãos estudando e trabalhando. Que sorte a minha poder ter na infância um dos irmãos como amigo, pelo qual torcia por cada conquista, mas quão triste foi ficar nessa posição.

Passei por três psicólogas ao longo da vida. Na primeira vez era terapia em grupo que tive que abandonar porque dependia da minha mãe para me levar, e ela tinha mais o que fazer. Na segunda, abandonei porque consegui me matricular na universidade, quando a tempestade já tinha passado e não daria para conciliar horários. Na terceira vez eu consegui até receber alta, estava tudo correndo bem, eu ia me casar... só que não. Desmoronou tudo de novo! Pedi arrego, voltei às sessões. Me organizei e tive que sair de novo, porque o período por conta da empresa tinha cessado, e eu não daria conta de continuar. Mas foi muito positivo.

Psicólogos têm fama de ateus. Então, como cristã, nunca coloquei minha fé em discussão. Não acho que ficar um pouco descompensado mentalmente seja falta de fé, mas eu nunca perguntaria certas coisas a um psicólogo (ou psiquiatra). Graças a Deus (a Ele graças sempre!) minha última psicóloga era uma excelente terapeuta, e me ajudou muito a organizar minha mente, e entender muitas coisas, atuando ali no único território permitido: o da ciência, da psicoterapia clínica, metalinguagem e neurolinguística. Religião e Política não foi pauta nunca. Possivelmente ela entendeu o recado sem que eu precisasse nunca ter lhe pedido para não entrar em nenhuma destas searas. Eu tinha alguns pontos muito específicos a tratar, e eu sabia quais, só não sabia como.

Por ter muito tempo disponível para pensar na infância e adolescência, e início da vida adulta, enxergar os meus monstros mentais era uma tarefa comum. Eu sabia que existia algo errado e estava na minha cabeça. Infelizmente, muita gente não tem a mesma condição de ver com clareza os próprios problemas. A correria do dia a dia atrapalha, pior ainda quando nos acostumamos a condicionar a solução de todos os problemas a política ou mesmo a religião, no modelo como a maioria costuma entender o termo. E então veem a corrupção, as notícias mal divulgadas ou os mercadores da fé e se desesperam.

Mesmo assim, olhando todos os perrengues por qual passei e onde estou hoje, não dá para não me render em louvores a Deus por tudo! Eu não tenho mérito algum nas minhas conquistas! Todas as condições favoráveis foram aproveitadas, mas não vieram de mim! Até as coisas que deram erradas, como o casamento frustrado, foram grandessíssimas vitórias! Saber que onde estou não é grande coisa se comparar com a posição de outras pessoas, sejam colegas dos tempos de escola, ou conhecidos de outros lugares não muda nada, a minha história é só minha e é valiosa independentemente do que aparenta estar melhor na vida dos outros. Deus é que sabe o que existe por trás das fotos do Instagram!

Essa conclusão não me exime da responsabilidade de cuidar da minha saúde mental e física. A prioridade, no entanto, é a vida espiritual que é aquele nosso lado que não deve entrar nas sessões de terapia, e muito menos se envolver com política! Se depositarmos nossas esperanças no político A ou B e por tabela acreditarmos que o aqui e agora é tudo que existe, não há terapia que nos ajudará, pois o governos das nossas vidas estará em mãos humanas e nem serão as nossas próprias mãos!

Eu creio que existe um Governo Celestial no controle de tudo, inclusive do político A e do B, e que as coisas todas que ocorrem contribuem juntamente para o bem daqueles que são chamados segundo um propósito maior. O problema fundamental não é viver mal, nem morrer. O problema é achar que morrer é solução para deixar de viver mal, e encontrar com essa “solução” a danação eterna.


Muitos propósitos há no coração do homem, porém o conselho do Senhor permanecerá. Provérbios 19:21

Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Romanos 8:31,32

Nenhum comentário:

Postar um comentário