domingo, 29 de dezembro de 2019

Pessoas Especiais


Imagem cedida por Maurício Alcebíades
Jesus, porém, chamando-as para junto de si, ordenou: Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Lucas 18:16 

Nesta semana uma bebê partiu para estar com o Senhor! Digo bebê apesar dos seus 31 anos, porque foi assim que ela viveu neste mundo, limitada por uma paralisia cerebral. Minha prima de segundo grau Andressa, partiu. E eu sei com certeza que ela está com o Senhor Jesus no céu, pois há muitas moradas na casa do Pai, e a Sua misericórdia e o sangue de Cristo é suficiente para acolher todos aqueles que não possuem capacidade de crer na salvação por limitação cognitiva, seja uma criança recém nascida, ou em fase de desenvolvimento, um aborto, ou os deficientes, os quais chamamos de especiais. 

O termo especial talvez diga muito mais do que eu sou capaz de entender. Muito se questiona por que Deus permite que crianças nasçam deficientes, ou porque crianças ficam com doenças limitantes, mesmo que não mental como no caso da minha prima. Aprendi um pouco sobre o destino de crianças e pessoas especiais com dois irmãos em Cristo que possuem filhos em semelhante condição. Deixarei links ao fim do post com a história deles. 

O que vejo, do meu curto ponto de vista, é a ação destes filhos na vida dos pais e daqueles que o rodeiam. Minha prima, mãe da Andressa, por exemplo, como aquela mulher miudinha, baixinha mesmo, conseguia carregar aquela moçona enorme para tudo que é lado? De onde saia tanta força física? É uma mulher guerreira e de caráter, sem dúvida. 

Minhas orações são para que esta minha prima supere da melhor forma a partida da Dedê, como carinhosamente era chamada. Ela tem outro filho e uma neta a quem ela pode direcionar todo o amor que ela ainda tinha para dar à Andressa. Tenho fé que um dia vou encontrar a Dedê lá no céu como nunca a vimos aqui: Perfeita, sem rastro do pecado que é o que nos faz adoecer (ou nascer doentes). Como ela será? Que belo dia será este! 

Aqui, eu prefiro lembrar da viagem de carro ao Rio de Janeiro para o casamento do tio dela, onde fui madrinha (ou primadrinha). Dedê levaria as alianças. Todos preocupados dela se cansar com a viagem de 6 horas à noite, e ela tirou de letra, com seu ursinho “Au-Au” que ficou aí para fazer companhia para mamãe até o Senhor Jesus voltar. Prefiro lembrar daquele dia. O último dia que a vi com vida, toda arrumada com seu vestido branco de festa, levando as alianças para o tio Marcelo no altar. 

Imagem cedida por Marcelo Alcebíades Costa

Até Eu Vir Buscá-lo Outra Vez

"Emprestarei a vocês este filho querido
Por um tempo" - ouvimos Deus dizer -
"Para que o amem enquanto tiver vivido,
E o chorem se vier a morrer."

"Talvez por dois anos, quatro, ou cinco até,
Ou quem sabe, chegue a vinte e três,
Seja o que for, Meu pedido agora é:
Podem cuidar dele até eu vir buscá-lo outra vez?"

"O seu jeito de ser lhes trará horas gostosas,
E se sua estadia acaso mui breve for,
Vocês ficarão com lembranças preciosas,
Como um consolo para a vossa intensa dor."

"Que ele ficará com vocês, não posso prometer,
Já que tudo, da Terra, precisa voltar,
Porém há lições para ele aí aprender,
Que de outro modo nunca iria assimilar."

"Eu procurei por todo o mundo, a buscar,
Pessoas aptas que pudessem ensiná-lo,
E das multidões que estão na vida a caminhar,
Achei que só vocês poderiam ajudá-lo."

"Será que poderiam dar a ele todo o amor,
Sem pensarem ser trabalho em vão,
E nem se ressentirem contra Mim quando Eu for
Aí buscá-lo, para tê-lo comigo então?"

"Creio haver ouvido de vocês a oração:
Amado Senhor, seja feito o Teu querer;
Pelo gozo que este filho possa trazer então,
Correremos o risco de tal dor sofrer."

"O cobriremos de amor, terno e permanente;
A ele vestiremos de carinho e bondade;
E a Ti ficaremos gratos agora e eternamente,
Pois nos fizeste conhecer felicidade."

"E se chegar a hora que o quiseres chamar,
Antes até do que havíamos planejado,
A dor que virá, procuraremos enfrentar,
E compreender que isto foi o Teu cuidado."