domingo, 30 de setembro de 2018

A Graça basta



E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. 2 Coríntios 12:9


Na última semana alguns acontecimentos moveram intensamente meus instintos femininos, meus desejos de mulher, ou de pelo menos a maioria delas, de me casar e, mais que isso, ter filhos. Não sou solteirona convicta, não tenho nenhuma repulsa por homens, não sou feminista. Sou uma mulherzinha das mais tradicionais, bela, recatada e do lar? Talvez. Se assim estou sem um ‘príncipe encantado’ ao meu lado, é porque Deus não encontrou o melhor momento para me apresentá-lo.

Estava eu, como disse, na semana, perturbada com alguns temas, até que hoje, li algo que uma amiga muito querida escreveu, e chorei. Lágrimas brotaram dos meus olhos e um louvor a Cristo brotou no meu coração. O consolo que a Palavra de Deus trouxe para a Nina estava naquele momento sendo repassado para mim: A minha graça te basta!

Nina, ganhou de presente este ano – aos 46 anos de idade - seu quarto filho, Ana Flora ou simplesmente Florinha. Ah, e como me emocionou ler em seu blog o seu desespero por se sentir velha para uma gestação! E como é comum nós mulheres termos mais medo do nosso estado biológico que fé no poder de Deus nas nossas vidas! Nina se assustou com a gestação tardia, pois já tinha 3 filhos. Há outras que temem não conseguir mais uma gestação devido à idade estar avançando. Nos dois casos a graça infinita do Senhor basta! A Bíblia relata o sofrimento de várias mulheres que queriam imensamente ser mães e não conseguiam, algumas fizeram escolhas erradas por não saberem esperar, mas a graça de Deus alcançou cada uma delas. Sara, Ana, Raquel, para citar algumas.

Quis escrever devido a alegria que senti após ler o post A Beleza do Filhos da minha irmãzinha em Cristo, Nina, que Deus colocou no meu caminho há 4 anos, mesmo morando tão distante, lá na Alemanha. Temos muito em comum, e agora tenho certeza que a cada ano que se passar até que Deus me abençoe e eu possa enfim saber desta experiência que ela relatou tão lindamente, eu vou me lembrar do seu milagre e que as minhas fraquezas são a oportunidade para que em mim habite o poder de Cristo. 



sábado, 22 de setembro de 2018

Eu acho é pouco


Porque o Senhor, o Deus de Israel diz que odeia o divórcio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais. Malaquias 2:17

Certa vez, almoçando com duas amigas, uma delas contou sobre os apuros que uma moça sua vizinha passava com o marido usuário de drogas e muito violento. Segundo ela, a família do rapaz que também morava próximo era muito condescendente, não intervinha em defesa da mulher que sofria violência junto com o filho do casal. 

Realmente é muito complicado opinar a esse respeito, minha posição mais lúcida era que a internação do rapaz seria a melhor saída para evitar uma tragédia maior. Tratamento médico para seu vício e medicação para acalmar seu temperamento, do ponto de vista humano seria uma alternativa. A outra amiga, porém, defendeu a separação, o divórcio; a mulher não precisava se submeter a ignorância e violência do marido.

Confesso que neste ponto da conversa um profundo incômodo brotou dentro de mim. Não me recordo exatamente as palavras que usei, mas comentei algo tipo: ainda bem que Deus não desiste de nós com a mesma facilidade com que desistimos uns dos outros. Deus odeia o divórcio (Mal. 2:16), a amiga que estava contando o caso lembrou, por sua vez, que o divórcio é biblicamente permitido em caso de infidelidade e mais uma vez a que defendia a separação disse: “mas eu acho que as pessoas não precisam viver juntas se estão infelizes”.

Sinceramente eu também acho. Eu acho que é melhor largar um marido violento a manter um casamento infeliz, eu acho que a infidelidade é um desaforo dos piores, eu acho que se duas pessoas não estão contentes com a união é melhor desistir, eu acho que poupa esforço, poupa a vizinhança de cenas deprimentes, poupa fadiga. Eu acho. Mas eu acho é pouco. Graças a Deus, não estamos à deriva neste mundo a mercê de nossos achismos, nossas opiniões fundamentadas no humor do dia, nas ideologias feministas, machistas, homossexuais ou homofóbicas, religiosas ou ateístas.

Eu não tenho que achar nada, ou até posso achar, mas como cristã que sou, creio que a minha opinião não importa quando ela for contrária ao que Deus nos revelou em sua Palavra, a Bíblia. Deus é grandioso e misericordioso, sacrificou seu filho Jesus Cristo para nos salvar da terrível consequência do pecado que herdamos da velha natureza da carne, pecado que habita no bebê desde o ventre materno até seu último dia de vida nesta terra. O homem já nasce condenado por sua natureza e tem a graça da salvação feita na cruz à sua disposição para livrá-lo da fatal sentença de morte. Tudo que o ser humano precisa fazer é crer.

E tendo um Deus que perdoa indistintamente o mais vil bandido e o mais decente dos homens - segundo os padrões humanos - que se converteram, apesar de toda nossa rebeldia, infidelidade, deslealdade e desprezo contra Sua criação, Sua Obra, Sua Palavra e Seu Filho Jesus. Se Ele, apesar de tudo não desiste de nós, nos dá provisão, sustento, graças infinitas e sabedoria, nos enche com o poder do Seu Espírito Santo, quem somos nós para repudiar um cônjunge por tão pouco? Sim, pois olhando por esta perspectiva espiritual, por pior que seja a situação, é pouco diante de todas as bênçãos celestiais que Deus nos deu e gozaremos em Cristo Jesus.

Não apoio que a moça, do caso inicial, deva se submeter a violência do marido, mas separar-se resolve o que? Ela foge do problema, se poupa das agressões, sim, mas deixa seu esposo, com quem ela se casou por escolha, doente, viciado, refém de seu próprio temperamento e talvez até queira se vingar do repúdio e aí tanto faz ela se manter casada ou não, ele pode matá-la. É um risco que não se resolve com a separação. Não sou casada, então aqui vai um achismo, um casamento falido não é responsabilidade de uma pessoa só. A culpa por algo errado até pode ser de uma só, mas a decisão do que será feito com a relação é conjunta. A parte inocente pode até ganhar apoio do mundo se largar mão da relação contra a parte culpada, mas aos olhos de Deus como fica?

Termino com uma pergunta, justamente por não pretender ter ou dar respostas em meu nome; o que também é contrário à palavra. Mas vou linkar aqui uns textos muito edificantes que li, escritos por irmãos em Cristo:

O vínculo matrimonial - G. H. Hayhoe

Pureza no divórcio - W. Kelly

Casamento nos dias de hoje - W J Prost 

Matrimônio e Liberdade Cristã - Bruce Anstey