sábado, 22 de setembro de 2018

Eu acho é pouco


Porque o Senhor, o Deus de Israel diz que odeia o divórcio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais. Malaquias 2:17

Certa vez, almoçando com duas amigas, uma delas contou sobre os apuros que uma moça sua vizinha passava com o marido usuário de drogas e muito violento. Segundo ela, a família do rapaz que também morava próximo era muito condescendente, não intervinha em defesa da mulher que sofria violência junto com o filho do casal. 

Realmente é muito complicado opinar a esse respeito, minha posição mais lúcida era que a internação do rapaz seria a melhor saída para evitar uma tragédia maior. Tratamento médico para seu vício e medicação para acalmar seu temperamento, do ponto de vista humano seria uma alternativa. A outra amiga, porém, defendeu a separação, o divórcio; a mulher não precisava se submeter a ignorância e violência do marido.

Confesso que neste ponto da conversa um profundo incômodo brotou dentro de mim. Não me recordo exatamente as palavras que usei, mas comentei algo tipo: ainda bem que Deus não desiste de nós com a mesma facilidade com que desistimos uns dos outros. Deus odeia o divórcio (Mal. 2:16), a amiga que estava contando o caso lembrou, por sua vez, que o divórcio é biblicamente permitido em caso de infidelidade e mais uma vez a que defendia a separação disse: “mas eu acho que as pessoas não precisam viver juntas se estão infelizes”.

Sinceramente eu também acho. Eu acho que é melhor largar um marido violento a manter um casamento infeliz, eu acho que a infidelidade é um desaforo dos piores, eu acho que se duas pessoas não estão contentes com a união é melhor desistir, eu acho que poupa esforço, poupa a vizinhança de cenas deprimentes, poupa fadiga. Eu acho. Mas eu acho é pouco. Graças a Deus, não estamos à deriva neste mundo a mercê de nossos achismos, nossas opiniões fundamentadas no humor do dia, nas ideologias feministas, machistas, homossexuais ou homofóbicas, religiosas ou ateístas.

Eu não tenho que achar nada, ou até posso achar, mas como cristã que sou, creio que a minha opinião não importa quando ela for contrária ao que Deus nos revelou em sua Palavra, a Bíblia. Deus é grandioso e misericordioso, sacrificou seu filho Jesus Cristo para nos salvar da terrível consequência do pecado que herdamos da velha natureza da carne, pecado que habita no bebê desde o ventre materno até seu último dia de vida nesta terra. O homem já nasce condenado por sua natureza e tem a graça da salvação feita na cruz à sua disposição para livrá-lo da fatal sentença de morte. Tudo que o ser humano precisa fazer é crer.

E tendo um Deus que perdoa indistintamente o mais vil bandido e o mais decente dos homens - segundo os padrões humanos - que se converteram, apesar de toda nossa rebeldia, infidelidade, deslealdade e desprezo contra Sua criação, Sua Obra, Sua Palavra e Seu Filho Jesus. Se Ele, apesar de tudo não desiste de nós, nos dá provisão, sustento, graças infinitas e sabedoria, nos enche com o poder do Seu Espírito Santo, quem somos nós para repudiar um cônjunge por tão pouco? Sim, pois olhando por esta perspectiva espiritual, por pior que seja a situação, é pouco diante de todas as bênçãos celestiais que Deus nos deu e gozaremos em Cristo Jesus.

Não apoio que a moça, do caso inicial, deva se submeter a violência do marido, mas separar-se resolve o que? Ela foge do problema, se poupa das agressões, sim, mas deixa seu esposo, com quem ela se casou por escolha, doente, viciado, refém de seu próprio temperamento e talvez até queira se vingar do repúdio e aí tanto faz ela se manter casada ou não, ele pode matá-la. É um risco que não se resolve com a separação. Não sou casada, então aqui vai um achismo, um casamento falido não é responsabilidade de uma pessoa só. A culpa por algo errado até pode ser de uma só, mas a decisão do que será feito com a relação é conjunta. A parte inocente pode até ganhar apoio do mundo se largar mão da relação contra a parte culpada, mas aos olhos de Deus como fica?

Termino com uma pergunta, justamente por não pretender ter ou dar respostas em meu nome; o que também é contrário à palavra. Mas vou linkar aqui uns textos muito edificantes que li, escritos por irmãos em Cristo:

O vínculo matrimonial - G. H. Hayhoe

Pureza no divórcio - W. Kelly

Casamento nos dias de hoje - W J Prost 

Matrimônio e Liberdade Cristã - Bruce Anstey


4 comentários:

  1. Entre 2004 e 2014 houve um aumento de 140% no número de divórcios. Não se resolve problemas conjugais com atitudes extremas como o divórcio e sim com a prática da palavra de Deus. Claro que não devemos ser coniventes com atos degradantes de uma sociedade machista. Além do mais Deus é especialista em resolver e recuperar casos dados como perdidos pela sociedade.

    Que em tudo Deus abençoe grandemente nossas vidas.

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  2. Amei! 😍 Achei este blog através da Nina Sena. Que bom, além do dela agora tenho este também! Que Deus abençoe muito as duas!

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  3. Obrigada pela mensagem Eci! Que bom que gostou e que bom que você conhece a Nina, sem dúvidas uma mulher incrível!

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