domingo, 11 de junho de 2017

Verdade desde o princípio


A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre. Salmos 119:160

É absolutamente impossível dar o valor devido ao privilégio de podermos recorrer à Palavra de Deus e encontrar nela, dia a dia, instruções completas sobre todos os pormenores respeitantes à fé e ao nosso serviço.

Tudo que necessitamos é uma vontade submissa, um espírito humilde, e um coração sincero. O livro que Deus deu para nos guiarmos é tão completo como podíamos desejar. Nada mais precisamos. Imaginar, ainda que seja por momentos, que alguma coisa pode ser acrescentada pela sabedoria humana constitui um insulto feito ao cânone sagrado (...).


Atualmente, mais do que em qualquer outra época, é necessário fazer chegar esta lição aos ouvidos da Igreja professa. De toda a parte surgem dúvidas sobre a suficiência divina das Sagradas Escrituras. Nalguns casos estas dúvidas são expressas abertamente e com propósito deliberado; noutros, com menos frequência, são insinuadas encobertamente por meio de alusões ou inferências. Dizem ao navegante cristão, direta ou indiretamente, que a carta divina não basta para os múltiplos e complicados pormenores da viagem—que tem havido tantas alterações no oceano da vida, desde que essa carta foi feita, que, em muitos casos, é inteiramente deficiente para os propósitos da moderna navegação.

Dizem-lhes que as correntes, marés, costas, canais e praias desse oceano são totalmente diferentes agora do que era há alguns séculos, e que, por conseguinte, temos de recorrer ao auxílio, que a moderna navegação dispensa, a fim de suprir as deficiências da velha carta, a qual, admitem, de fato, ter sido perfeita para a época em que foi escrita. O nosso veemente desejo é que o leitor cristão possa, com clareza e decisão, opor-se a este grave insulto feito ao Livro inspirado, do qual cada linha procede do coração do Pai, e foi escrita por homens inspirados por Deus Espírito Santo. Desejamos que possa contestar esse insulto, quer ele se apresente sob a forma de uma audaz blasfêmia ou sob uma astuciosa e plausível inferência. Seja qual for o disfarce com que se apresente, deve a sua origem ao inimigo de Cristo, que é o inimigo da Bíblia e inimigo da alma.

Se, na verdade, a Palavra de Deus não fosse suficiente, então, em que situação ficaríamos? Para onde nos voltaríamos? A quem nos dirigíamos pedindo socorro se o Livro do nosso Pai fosse, de algum modo, defeituoso? Deus diz que o Seu livro "pode instruir-nos perfeitamente para toda boa obra" (2 Tm 3:17). O homem diz: não; há muitas coisas sobre as quais a Bíblia não se pronuncia, e que, todavia, precisamos de saber. Em quem devemos crer? Em Deus ou nos homens? A nossa resposta aos que põem em dúvida a divina suficiência da Escritura é simplesmente esta: Ou não és homem de Deus, ou aquilo para que buscas encontrar aprovação não é "uma boa obra". Isto é bem claro e ninguém poderá vê-lo de outro modo se considerar cuidadosamente a passagem de 2 Timóteo 3:17.

Oh, se tivéssemos um sentimento mais profundo da plenitude, da majestade e da autoridade da Palavra de Deus! Temos absoluta necessidade de ser fortificados neste ponto. Precisamos de um sentimento profundo, vigoroso e constante da autoridade suprema do cânone sagrado e da sua completa suficiência para todos os tempos, climas e posições, para todos os estados pessoais, sociais, e eclesiásticos, de modo a podermos resistir a todos os esforços que o inimigo faz para depreciar este inestimável tesouro.Que os nossos corações compreendam mais do espírito destas palavras do Salmista: "A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre " (SI 119:160).



Autor: C. H. Mackintosh, extraído dos estudos sobre o livro de Levítico, 1978, 2ª edição, tradução de Feliciano H. dos Santos.

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