sábado, 19 de junho de 2021

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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Transformar o Amor: Não é tão difícil


Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Salmos 32:3

Ouvimos ao longo da vida muitas frases motivacionais ensinando a transformar a dor. Usar as pedras do caminho como degraus para subir na vida. Os grandes exemplos de superação são com frequência de pessoas que sofreram alguma perda, alguma privação. Quando o herói da história ama de forma errada ele acaba tendo que passar por dores para encontrar valor para sua história, mas assim incorre em outros erros, sem chegar no final esperado.

A música popular exalta pessoas que amam errado, a cobiça dos olhos. É uma forma de minimizar o peso que é entrar de gaiato numa história que não lhe diz respeito. Não é o melhor caminho. Estive refletindo o que faz essas músicas se tornarem popular, o que atrai tanto público para essas histórias? Percebi também que todas elas, como obras feitas do ponto de vista do mundo, elas sempre induzem ou sugerem que a batalha pelo erro pode ser vencida.

Não se luta pelo impossível. Amar errado e atrair outra pessoa para o erro não vai tornar nada certo. “Andai em espírito e não cumprirei as luxúrias da carne”, diz a Bíblia. Deus não nos deixou à deriva, estamos repletos de avisos dos perigos da condição humana, dos perigos da proximidade dos sexos opostos, do perigo da exposição à estímulos que excitam os apetites do corpo. Não sejamos inocentes demais.

O que pouco se fala, porém, é como transformar amor. Para a pessoa que ama errado sobra o julgamento, se condenar pelas escolhas erradas, se torturar pelo que não pode viver. Ou a permissividade, o incentivo irrestrito à liberdade, o “ninguém é de ninguém”. “Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne” Gálatas 5:13.

Aí cabe uma pergunta: O cristão está imune a esse tipo de sentimento? De forma alguma. Levaremos nossa carne até que o Senhor Jesus volte e a transforme. E podemos sim perder uma luta ou outra na sujeição ao espírito. Só que acredito que a solução não é a autotortura. É óbvio que se sua fé for genuína, isso vai ferir profundamente sua alma, seus valores e princípios. Vai entristecer o Espírito Santo que habita em ti. Por isso lutar pelo erro 
nunca deverá ser uma escolha. Mas se machucar também não.

Coisa ruim volta, mas coisas boas também. Como diz o salmo do início deste post: o silêncio é o problema. É preciso coragem para primeiro identificar o que é o sentimento. É real? é pura atração física? Ou é amor? Se for ilusão é mais simples se libertar. Se for só atração parar de se expor ao que te afeta ajuda. Mas se for amor, transforme-o. Quebre o silêncio. Mas não quebre o silêncio para os outros. Talvez nem o objeto do seu amor, ou principalmente ele, não precise ficar sabendo. Pelo menos até que tudo esteja resolvido. Confesse à Deus. Deus sempre estará disposto a ouvi-lo derramar seu coração contrito.

Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.

1 João 1:8,9

O amor é sofredor. O amor não busca seus próprios interesses. O amor não se porta com indecência. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Não é incrível que Deus tenha deixado conselhos tão práticos sobre o amor verdadeiro? Confesse os seus erros e tire os seus interesses de perspectiva. Não busque conselhos no mundo, eles sempre vão te guiar para o abismo. Transforme o seu amor. Jogue toda a energia catalisadora e criadora de uma amor genuíno naquilo que é bom. Transforme o amor em dedicação, arte, trabalho voluntário, amizade.

O amor em si nunca será um problema, o que você faz com ele é que pode ser. A cobiça dos olhos é ruim. Não a alimente. Se você se perdeu pelo caminho, volte, recomece. Mas não siga pela estrada errada. Esqueça a ideia de que o amor sempre precisa de um final feliz, quando esse final "feliz" sai às custas da infelicidade de alguém. O amor que interessa ao cristão é o daquele que morreu na cruz para nos salvar. Qualquer outro amor podemos deixar passar.