domingo, 7 de agosto de 2016

O Bom Tesouro do Seu Coração


(...) porque da abundância do seu coração fala a boca. Lucas 6:45

Já faz mais de dois anos que escrevo neste blog, meu diário em fragmentos. Muitas vezes tentei escrever sobre um assunto e não consegui, me revirei com um fervor nas pontas dos dedos, mas toda sorte de distração me impedia de escrever. O mesmo aconteceu agora. Não é fácil falar sobre o coração humano.

Quando se fala em tesouro no coração, parece momentaneamente que é possível que exista algo de bom no coração do homem natural. No entanto, quando encontro alguém com esse tesouro, percebo que isto vem de Deus.

A mesma palavra que fala que o homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, também diz que não há ninguém bom senão Deus (Lucas 18:19). Logo resta a certeza de que se fazemos algo que mereça o título de “bom” devemos graças a Deus!

Não podemos duvidar da bendita ação de Deus nesse terreno tão delicado e traiçoeiro que é o coração humano, que tudo faz para fugir de tão grande amor e salvação. Antes da minha conversão eu pensava que Deus só agia dentro das “igrejas”, fosse qual fosse, o conhecimento de Deus era domínio dos religiosos. Nunca fui tão radical ao ponto de achar que os religiosos houvessem criado o conhecimento de Deus, mas que havia um monopólio.

Nunca estive mais enganada! Primeiro que no mundo não há monopólio, quando o assunto é religião. Para cada um que aceite uma ideia diferente existe um líder correspondente. Cada um adota o trecho da Bíblia que lhe cabe para a fé que lhe convém. Isso não merece o título de bom. O que ficou bem claro nesta confusão é que se não há consenso é por que nenhum deles aceita tudo que está testificado por Deus. Se a Bíblia tivesse sido escrita por homens (pela sua autoria e não pelas suas mãos), os homens a seguiriam a risca, sem reclamar.

Assim como eu um dia estive fora de tudo aquilo (e continuo) e vi que Deus agiu em mim, agora percebo a sua misericórdia a minha volta por meio de outras pessoas. Não sei se no meu tempo alguém conseguia enxergar em mim o bom tesouro que Deus depositara em meu coração, eu ali em meio a um turbilhão de dúvidas, e ao querer saná-las causava mais discórdia entre os “religiosos” que deveriam ser mais sábios que eu. Pensava. Eu porém, olho e sinto um amor imenso.

A doença da carne parece-me uma das mais dolorosas consequências da entrada do pecado no mundo, e, no entanto, é uma das circunstâncias mais promissoras para que um coração seja tocado pela fé. Quantas pessoas buscam o milagre da cura ao invés de saúde? Quantos buscam sobreviver ao invés de viver? Parece a mesma coisa, mas não é. Por um tempo eu pensei que o que eu precisava era ser curada. Mas nunca pedi um milagre, no fundo o Senhor já havia me convencido que eu não tinha nada útil a fazer ainda com minha saúde, meu coração mau ainda estava a todo vapor com vontade de errar. Ao invés disso, minha situação foi lapidando as pessoas a minha volta, sem prejuízo nenhum a mim.

E mesmo hoje, ainda pude viver para testemunhar como o agir de Deus no coração do próximo também serve para me lapidar. Como o amor de Deus me comove, e me faz a amar os seus! Que alegria isto me causa. Quando eu desisti da cura, ela veio. Um dia antes de um dos meus aniversários, tive uma crise derradeira, para nunca mais. Louvado seja Deus! Como eu poderia depois de uma graça bendita viver só para mim? Só para os meus prazeres? Para o meu próprio bem estar, sem pensar no reflexo disso diante de Deus e dos seus amados escolhidos?

Eu não me envergonho de testemunhar a minha fé. Em meio a tanta religião que se diz cristã e não reconhecem o senhorio de Cristo, e prestam um terrível testemunho aqueles que não têm conhecimento da fé, da pura fé no Filho de Deus que veio ao mundo para salvar os pecadores, os perdidos. Em meio a tudo isso, eu sei que Deus não deixa sua obra sem testemunho, e foi Ele que enviou seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor e ele pode mostra-Lo ao coração mais vil e distraído pelas falsas alegrias deste mundo.

E Jesus clamou, e disse: Quem crê em mim, crê, não em mim, mas naquele que me enviou.
E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.
Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. João 12:44-47

Palavra da Vida


(...) e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida


Cresci lendo e relendo uma coletânea de livros as escondidas. Já vi várias versões de todos os tamanhos, completo ou com alguns poucos livros. Letras mínimas e letras garrafais, a mais recente era em inglês. Não me sentia confortável para lê-la em público, sentia algo estranho naquela coletânea, pois quem mais a ostentava menos lia, e quem não lia, geralmente, nutria um grande desprezo por ela. Por isso eu me escondi.

Existia em mim uma curiosidade que eu não sabia de onde vinha pela história contada naqueles livros. E quanto mais eu lia, menos eu entendia, pensava. Buscava em outras fontes explicações para o que ela me dizia, e percebia que existia uma confusão gigantesca de opiniões sobre o assunto. Conheci muitas pessoas que por não entenderem simplesmente desistiram de apreciar a história mais maravilhosa que somente um autor muito engenhoso poderia escrever.

Esta coletânea foi escrita com a diferença de alguns séculos entre um e outro, antes e depois da vida e morte do seu personagem principal, e desde o último livro, nenhum mais se lhe acrescentou, pois o que aí está ainda nos diz muito, e a cada dia nos revela algo diferente sem, no entanto ser necessário aumentar uma vírgula do que foi escrito. Percebi cedo que só o autor poderia me revelar o que ele tinha escrito.

Ouvindo e vendo a bagunça dos homens no entendimento e ensino do conteúdo dos livros, já desconfiei da realidade sobre o que os livros falavam, mas nunca me acomodei a minha desconfiança, pois um dos livros falava que “Maldito o homem que confia no homem” e “não sabem o que fazem”! O próprio autor me alertava sobre a maldade no coração de seus leitores, inclusive do meu. Ai de mim, confiar em minha sabedoria!

E não foi por causa do coração mau dos outros homens que eu passei a crer em cada palavra daquele livro, mas por reconhecer, lendo-o, a maldade e fraqueza do meu próprio coração. Nenhum outro livro nesse mundo é capaz de revelar a fragilidade da presunção humana, e por isso mesmo nenhum homem consegue manipulá-lo impunemente. Já vi muitas interpretações, mas é o máximo que conseguem, e que convenhamos já faz alguns estragos na história da humanidade.

Desde o primeiro animal que foi morto para que sua pele servisse de vestimenta para cobrir o primeiro casal dos seus pecados, aos sucessivos sacrifícios de cordeiros pelos pecados do povo, até o derradeiro sacrifício do Cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo. Em nenhum noticiário que o homem possa escrever encontrarei tão grandiosa notícia: existe uma solução para o meu coração pecador, que duvida que Deus possa manter sua palavra escrita e intacta, assim como todas as coisas criadas continuam a refletir o seu autor. O homem foi a última obra da criação, mas tudo foi criado para aquele que era amado por Deus desde antes da fundação do mundo: Jesus Cristo.

Um dia, sabendo do juízo que precisava executar, que era cobrar o salário do pecado (a morte) que nós devíamos, Deus mandou Ele, Jesus Cristo em carne (um homem para pagar os pecados de todos os homens), para ser castigado na cruz, após todo o desprezo e humilhação que só um ser humano pode oferecer. Se eu estivesse naquele cenário eu não faria diferente... Até hoje nosso Senhor Jesus é rejeitado. Mas a boa notícia é que está consumado! O Senhor Jesus morreu por mim, e levou na cruz o meu coração mal que o rejeitava! Ele ressuscitou e está com Deus Pai a espera de todos aqueles que crerem no Seu nome para salvação dos pecados.


Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.
Se dissermos que não pecamos, fazêmo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós
1 João 1:9-10

* 1 João 1:1